domingo, enero 31, 2010

A mi padre...

Amaba los caballos. Nos contaba historias fantásticas de su tiempo de joven, en tiempos de troperos. De su relación de amistad con un caballo especial. Un caballo negro como la noche, negro como su piel negra. Nunca supimos si sus cuentos eran verdaderos. Sólo sabíamos de su innegable amor por los caballos.
Un día, estando ya en la ciudad, lo vimos pasar corriendo por el salón y al paso decirle a mi madre "Escucho a mi caballo". Salimos a ver qué sucedía y por la calle 12 de octubre, en la ciudad de Rivera, pasaba un hermoso caballo negro, con el andar más bello que vi en un caballo. Era el corcel de mi padre. Lo había vendido porque había que venirse a la ciudad...

viernes, enero 29, 2010

¿Salinger? No, no me lo presentaron...

¿Que es un escritor famoso? No, no lo he leído. ¿Que escribió "El guardián entre el Centeno"? Pues, lo siento. No, no me suena...o me suena vagamente. ¿Que soy una inculta, me dices? Pues, sí. Si de algo estoy segura es de eso, todo lo demás es cuestionable.
Bueno, pero no es necesario que te enojes. No, claro que no estoy bromeando, de verdad no lo conozco. Bueno, sí algo he leído en mi vida pero no he leído "El guardián entre el Centeno". Confieso que me agrada el nombre.
No, lo siento. Ahora no puedo leerlo, antes debo terminar de leer "Le temps retrouvé" de Proust...está en mi lista de pendientes y debo seguir porque acabo de leer "À la recherche du temps perdu". ¿Que debo dejarlo? No, no puedo. Está en francés y necesito mantener el ritmo, Proust es complejo de leer...¿Que a nadie le interesa Proust? Bueno, pero a mi sí, ¡ché! ¿Que qué voy a decir cuándo me pregunten por Salinger? Pues, que no lo he leído...Pero algo he aprendido, ¡que es un escritor!
¿Hola?...¿HOLA?

Necesidad

..de irse y volver y volver a a irse, en gritos y gemidos y humedades del ser...

Yo leo canciones

Ella cree que estoy loco.
Yo creo que está loca.
Juntos creemos que los demás están locos.
Los demás, juntos y separados, creen que estamos locos.
Todos estamos locos.

Soy un satélite alrededor de tu cuerpo.

Lo que me duele de no tenerte
no es el tenerte.
Lo que me duele es la ausencia de mí
cuando vos estabas.
No me duele tu falta,
me duele la mia.

Un camión japonés casi vacío
me lleva hacia otra casa.
Menos...
Mucho más a salvo.

Tengo problemas de espacio.
Tengo problemas de espacio.
No en mi casa,
adentro de mi cuerpo.
[de Chicas Japonesas]

No sólo de pan vive la mujer...

2
Emporio Armani

jueves, enero 28, 2010

No sólo de pan vive la mujer...

1


Johanes Keperson o El Bizarro o El Personaje

La puerta de mi oficina es una ventana, una ventana abierta a una pasarela, una pasarela que es un pasillo, un pasillo que comunica a los baños y a las escaleras.Generalmente, no levanto la vista de mi ordenador para mirar quiénes pasan por la pasarela que es un pasillo.
Lo hice ahora y veo a Johanes Keperson o El Bizarro o El Personaje. Por su extravagante forma de ser, le dedico este post. Debería dedicarle también a Juana la Loca, que de tan loca no sabe que está loca...pero no hoy, tal vez mañana.

martes, enero 26, 2010

"La anorexia como síntoma de contemporaneidad", Lic. Ernesto Anzalone

La histérica hace, entonces, de su cuerpo su propio reino y escapa a ese Otro que coloca en riesgo de deseo. Realizando un control férreo del cuerpo hasta dejarlo en su mínima expresión. Pero, la diferencia con la anorexia no histérica es que ese control se coloca en un lugar de exhibición para el Otro, mostrando su goce como no reductible al saber de ese Amo. Ella responde al nuevo orden de goce del Amo capitalista, exhibiendo la verdad sobre ese goce: bajo el imperativo del consumo, el sujeto se consume.



Existe na contemporaneidade uma crise fundamental de todas as figuras que encarnam a função simbólica, quero dizer não só a crise da figura paterna, que o mesmo Lacan marcava nos seus primeiros textos, senão uma crise de todas as figuras que introduziam um limite na relação do sujeito com seu gozo.
Essa crise tem dois efeitos claros, constatáveis na clínica.
Em primeiro lugar uma amplificação da dimensão imaginária, um aumento desmedido do narcisismo, do especular. Estamos, numa percepção que excede a psicanálise, em uma época de crescimento das chamadas “patologias narcisistas”, onde o fenômeno identificatório, ajudado pelos novos meios tecnológicos, chega a níveis nunca antes pensados. Poderíamos até considerar se a pergunta do neurótico “que quer de mim?”, clara referência a relação com o Outro, continua sendo válida.
O segundo efeito está relacionado a uma amplificação da compulsão do sujeito com um aumento dos acting out, e até das passagens ao ato. A perda da dimensão simbólica faz a palavra perder lugar frente ao ato.
Esta crise das figuras, nos fala de uma nova relação do sujeito com o Outro. O que gera uma mudança no “mal-estar na cultura”.
Para pensar essa mudança, vamos, em seguida, à fórmula que estabelece Jacques Alain Miller no seu seminário, realizado em colaboração com Eric Laurent, “O Outro que não existe e seus comitês de ética” , ao falar de “gozos sem o Outro”.
O Outro tem se revelado na contemporaneidade como ficção, o gozo já não se encontra regulado pela relação com ele. Existe, o que poderíamos chamar de uma recusa fundamental ao Outro. Ela se dá em um sentido duplo, pois também o Outro recusa o sujeito.
A leviandade do ser, o vazio do sujeito da contemporaneidade, nos permite falar de um estatuto anoréxico do desejo, como pura divisão, agente no discurso histérico. Nele o lugar do Outro do discurso é ocupado pelo mestre.
A psicanalista Silvia Ons escreve sobre essa relação com o Outro, ao pensar o fator desencadeante da anorexia:
O fator desencadeante pode ser encontrado com bastante precisão e se recorta ao redor de uma frase, proveniente em geral de um homem que exalta o novo corpo da adolescente. Essa exclamação põe em evidência o valor de gozo das pletóricas carnes, fere o pudor, quebra os véus. A diferença do elogio que veste o corpo de metáforas, as denominadas “grosserias” o desnudam. Elas ressaltam o lugar da jovem como objeto sem a mediação da “cantada amorosa”. O desenlace segue em seqüência regular, no sucessivo a garota tentará fazer desaparecer as turgescias do corpo que provocaram essa manifestação do gozo.

Considero especialmente importante essa questão da perda da “cantada amorosa”, a que nos fala da progressiva degradação da dimensão do simbólico. A dimensão metafórica se perde, a grosseria não requer a sanção do Outro, não precisa ser escutado e codificado, aparece como imposição do gozo, sem a mediação do “véu”.
O psicanalista italiano Domenico Cosenza em sua conferencia “As funções da recusa na anorexia e as linhas de orientação no tratamento psicanalítico” apresentada na Faculdade de Medicina da UFMG (Belo Horizonte, Brasil), no dia 25 de Maio de 2009, considerava dois tempos lógicos na iniciação na adolescência.
Um primeiro tempo, da representação onírica da relação sexual, no qual o sexo se apresenta como um enigma, coberto por uma representação fantasmática. Esse tempo, que poderíamos chamar de um tempo lógico do “véu”, aonde a representação permitiria a possibilidade da crença na existência da relação sexual.
O segundo tempo estaria marcado por um encontro que faz vazio no Real, a queda do véu deixa em evidencia a não existência da relação sexual.
Seguindo a linha apresentada por Cosenza, consideraremos a hipótese da existência de uma perda, na adolescência contemporânea, da representação fantasmática da relação sexual, em que o sexo se apresenta como um enigma.
A partir dessa perda, a adolescente passa só pelo segundo tempo lógico, o tempo da não existência da relação sexual, sem a possibilidade da representação fantasmática da mesma.
Essa perda da condição de enigma vai levar o sujeito a um impasse. Sendo a anorexia uma das tentativas possíveis de solucioná-lo. Ante a não existência do véu, com relação à impossibilidade da relação sexual, o anoréxico responde com uma recusa da posição sexual, tentando fazer desaparecer as manifestações da mesma no seu corpo. A questão não estaria na relação com a comida, senão, como diz Ons, com as “turgescias do corpo”, manifestações do gozo.
A recusa ao Outro, no caso dos sintomas anoréxicos na histeria, oculta uma demanda. O sintoma aparece frente a um Outro que se apresenta como cheio demais, que tenta afogar seu desejo. Um Outro, que como falamos, está ocupado pelo discurso capitalista, o que quer dizer que nesta época do mais-de-gozar, o Outro se apresenta como “completo demais”, o que colocaria -numa dimensão de engano- a possibilidade de uma inexistência do S(A). Nesse Outro “completo”, não há lugar da falta e, portanto, não tem lugar ao desejo.
A histérica faz, então, do seu corpo seu próprio reino, e escapa a esse Outro que coloca em risco seu desejo. Fazendo um controle férreo do corpo até deixá-lo na sua mínima expressão. Mas, a diferença da anorexia não histérica é que esse controle se coloca em um lugar de exibição para o Outro, mostrando seu gozo como não redutível ao saber desse mestre. Ela responde a nova ordem de gozo do mestre capitalista, exibindo a verdade sobre esse gozo: sob o imperativo do consumo, o sujeito se consome.

Más sobre el Lic. Anzalone aquí:aunclinica.blogspot.com

Madre e Hijo

Estaban la madre y el hijo en la cocina. La madre cocinaba y el hijo la acompañaba. El niño le dice a la madre:
- "Tiene olor a mamá. (refiriéndose a la comida)
- ¿Y cómo es el olor a mamá?
- Calentito."

Denunciando

Nunca...bueno, casi nunca lo hago, pero estaba leyendo un interesante blog lacanciano y le hice un clic al "siguiente blog". Aparecieron imágenes de modelos con sus "modelitos". Me detuve un segundo...no sólo de pan vive una mujer...
Las primeras fotos eran interesantes, un jean perfectamente combinado, lindo vestido, sandalias de morirse. Pero las modelos empezaron a ser demasiado delgadas, esqueléticas...demasiado...como ésta:

Luego pensé que era un blog de lucha contra la anorexia y la bulimia, pero no, resultó ser un blog donde se endiosa a chicas que literalmente se mueren de hambre para aparentar como muertas de hambre. A la izquierda del blog aparece un simpaticón texto que reza: "¿Qué haces? Espero que no estés comiendo, cada vez que comes estás más lejos de tu meta y de tus sueños. Si hubieras dejado de comer hace 20 días atrás ya estarías más delgada. ¡CERDA! Claro que existe la perfección, sólo tienes que tener fe y creer en ella y lograrás el éxito."
A esto le sigue unos diez mandamientos que te condenan a no probar bocado so pena de engordar y alejarse definitivamente de la perfección. Me asusté, debo confesarlo. Del otro lado de la pantalla me imaginé a un ser sádico, cincuentón, sucio, obeso mórbido, rodeado de hamburguesas y papitas yankies (como si las demás no engordaran...), con la ropa manchada de mostaza, ketchup y mayonesa...
Eso o, en efecto, del otro lado había una niña muy desequilibrada. Pensé en esa chica, tan esquelética como las de la foto, preocupada y ocupada por no comer. Pensé en sus padres, en lo peligroso que es tener y permitir el acceso a este tipo de medios de comunicación. Pensé en mi hermosa sobrina, con su fantástico cuerpo y sus bellísimas curvas de un moreno mestizo infartante. Pensé en lo mucho que me fastidia ver mensajes de la urgencia de hacer dietas para estar bien para el verano.
Pensé en lo frágil que es la mente de una adolescente con el autoestima por el piso. Pensé en lo peligroso que resulta que esas adolescentes se conecten, se identifiquen y divulgen su enferma forma de vivir a otras tan enfermas y frágiles como ellas.

lunes, enero 25, 2010

De risas (serias) 2


sábado, enero 23, 2010

De imágenes y ofensas











Imágenes




No puedo evitar estar enojada. Desde el 12 de enero mi enojo va en aumento, como en aumento van las decenas de imágenes sobre la tragedia de Haití que aparecen en noticieros uruguayos.

Lo ofensivo cuando es visto todos los días deja de ser trágico para convertirse en rutinario y así, dentro de tres meses, cuando ya la dramática situación del país más pobre de América deje de ser noticia para convertirse en una norma, no veremos más imágenes de negros emblanquecidos en polvo de terremoto. En unas semanas no serán rentables para las emisoras de televisión.
Así como nos hemos acostumbrado a ver niños durmiendo en la calle y personas comiendo de nuestros propios desechos y hasta nos indigna ver a estos mugrosos que enfean la ciudad, así dejaremos de interesarnos por las imágenes de la tragedia.

No será necesaria otra calamidad para sustituir nuestra sed morbosa, cuestiones más banales y rutinarias ocuparán nuestras preocupaciones: comenzarán las clases, vendrán las elecciones para Intendente, la plata no nos alcanzará para las vacaciones de invierno, para el cumpleaños de la nena, para el coche nuevo…

Junto a las catástrofes climáticas, el ser humano se revela, quiere ayudar, se dice conocedor de la situación…pero la situación de Haití es así desde siempre, como desde siempre el hombre pasa hambre y nadie se revela contra eso. Los voluntarismos buscan prensa, apaciguar el efímero dolor de una tragedia que en la historia de la miseria también es efímera.
Hoy, en el mismo instante que cientos de voluntarios, que millones de euros, que otros tantos de ojos ávidos de imágenes procuran apaciguar los efectos de la tragedia en Haití, millones de seres humanos están sufriendo los efectos del hambre en el mundo, probablemente cientos de niños están agonizando en este preciso instante, ahora mismo. De ellos nadie habla, por ellos nadie llora, ni canta, ni envía corresponsales. Se mueren solos, agonizando de hambre, enfermedades e indiferencia.



Movimentos no escuro, José Miguel Silva

Un ser humano es un combinado de egoísmo,
sufrimiento y necedad. No conmueve a nadie.
Una piedra no conmueve a nadie. La belleza
es un accidente banal y presupone la muerte;
muchas veces se rodea de sandez, y si nos habla,
puede ser asustador. La inteligencia, refrescante
como una ducha, es buena, en el Estío; pero ahora,
que es Invierno toda la vida, ¿qué lugar atribuir
a la inteligencia? La de sirvienta en las alcobas
de la ganancia. No conmueve, es obvio, a nadie.
La bondad, sí, conmueve. Pero es tan débil
Y tan rara que nadie la escucha. No es fácil,
así, encontrar algo que podamos amar. Yo
he buscado, juro que no sé qué hacer:
todo me parece, hasta la música, producto de una falla.
Voy por esas calles al acaso y no atino a conocer
quien me convenza que muy otra podría ser
la vida. Todo se muestra bajo espejos deformantes,
todo arde en una extraña aceptación. Francamente,
no puedo percibir. Y quisiera tanto, pero tanto,
que alguien me demostrara que no tengo razón.

Traducido por S.M
Original del portugués aquí: Poesia distribuída na rua

viernes, enero 22, 2010

"La angustia", Jacques Lacan

...

El problema del duelo es el del mantenimiento de los vínculos por donde el deseo está suspendido, no del objeto a en el nivel cuarto, sino de i(a), por el cual todo amor, en tanto que este término implica la dimensión idealizada que expresé, está estructurado narcisísticamente.

Y esto constituye la diferencia con lo que sucede en la melancolía y la manía. Si no distinguimos el objeto a del i(a), no podemos concebir lo que Freud recuerda y articula en la misma nota, así como lo hace en el bien conocido artículo Duelo y melancolía, sobre la diferencia radical que hay entre melancolía y duelo.

Recuérdese el pasaje donde, después de haberse embarcado en la noción de retorno, de reversión de la libido pretendidamente "objetal" sobre el Yo propio del sujeto, Freud confiesa: es evidente que en la melancolía ese proceso no culmina (lo dice el propio Freud), el objeto supera su dirección y es el objeto el que triunfa. Y por que esto es diferente del retorno de la libido en el duelo, también por eso todo el proceso, toda la dialéctica se edifica de otro modo; es decir que, con respecto al objeto a, Freud expresa que entonces es preciso — dejo de lado por qué es así en este caso— que el sujeto se explique, pero que, como ese objeto a está habitualmente oculto detrás del i(a) del narcisismo, y el i(a) del narcisismo está allí para que en el cuarto nivel el a quede oculto, desconocido en su esencia, esto es lo que el melancólico necesita que pase, por así decir a través de su propia imagen, y atacándola primero para poder alcanzar en ese objeto a que lo trasciende aquello cuyo mando se le escapa y cuya caída lo arrastrará en la precipitación, en el suicidio; ello con ese automatismo, con ese mecanismo, con ese carácter necesario y fundamentalmente alienado con el cual saben ustedes que se realizan los suicidios de los melancólicos, y no en cualquier marco; porque si tan a menudo tiene lugar por la ventana, si no a través de la ventana, esto no es casual: se trata del recurso a una estructura que no es otra que la que yo acentúo como la del fantasma

Tal relación con a, donde se distingue todo lo que pertenece al ciclo "manía-melancolía" de todo lo que pertenece al ciclo "Ideal", de la referencia "duelo o deseo" no podemos captarlo sino en la acentuación de la diferencia de la función de a con respecto a i(a), con respecto a algo que confiere a la referencia al a su carácter de básica, radical, más arraigante para el sujeto que cualquier otra relación, pero también de fundamentalmente desconocida, alienada, en la relación narcisista.

Digamos al pasar que en la manía, lo que está en juego es la no-función de a, y no ya simplemente su desconocimiento. Es aquello por lo cual el sujeto ya no es lastrado (lesté) por ninguna, que a veces, sin ninguna posibilidad de libertad, lo entrega a la metonimia infinita y lúdica, pura, de la cadena significante.

Esto —y sin duda he eludido aquí muchas cosas— nos permitirá concluir en el nivel donde este año tengo la intención de dejarlos. Si el deseo, como tal y en su carácter más alienado, más profundamente fantasmático, es lo que carácteriza al cuarto nivel, pueden observar que si comencé a encarar la estructura del quinto, si indiqué que en este nivel el a se recorta, esta vez abiertamente alienado, como soporte del deseo del Otro que esta vez se nombra, también fue para decirles por que este ano voy a detenerme al llegar a este término.

La dialéctica de lo que sucede en el quinto nivel implica una articulación más detallada de lo que hasta ahora pudo efectuarse, con lo que hace poco designé como introyección, la cual implica — me contenté con indicarlo— la dimensión auditiva y también la función paterna.

De risas (serias)


Dedicado a mi hermana (Quino)


Tanto

Tantos pocos y muchos tantos. Y sin embargo, tanto depende de ti, tanto depende de mí, que ya tanto depende tanto...

Te doy mi palabra: voluntarismo

Voluntarismo

1. m. Teoría filosófica que da preeminencia a la voluntad sobre el entendimiento.
2. m. Doctrina que, según el filósofo alemán Arthur Schopenhauer, sostiene el predominio de la voluntad en la sustancia y constitución del mundo.
3. m. Doctrina teológica para la cual todo depende de la voluntad divina.
4. m. Actitud que funda sus previsiones más en el deseo de que se cumplan que en las posibilidades reales.

Voluntariado

1. m. Alistamiento voluntario para el servicio militar.
2. m. Conjunto de los soldados voluntarios.
3. m. Conjunto de las personas que se ofrecen voluntarias para realizar algo

Tuve el particular placer (aunque el tema no fuera el más placentero) de encontrarme con G.P. Este gentil, inteligente, agradable uruguayo compañero de viaje al Congo, que lo defino como 'la mejor compañía para lugares donde la miseria humana se regocija' me estuvo comentando, vagamente, la situación en Haití. Se refirió al voluntarismo de la gente...

miércoles, enero 20, 2010

Más despacio, vas muy rápido

La tortuga la miró fijamente y enlenteció su marcha...

martes, enero 19, 2010

Bang...¿Cómo se llamaba el muerto?

FBI usa imagen de diputado español como Bin Laden

Estados Unidos deberá dar explicaciones al Ejecutivo español, acerca de un presunto error del FBI. Una foto robot de Osama Bin Laden difundida recientemente, donde se muestra al terrorista con su probable aspecto actual, fue elaborado a partir de una fotografía de un diputado ibero. Más aquí: igualito no es lo mismo

"...otra de arena"

El militar retirado uruguayo Manuel Cordero fue detenido esta mañana en Santana do Livramento, ciudad brasileña limítrofe con Uruguay, para ser extraditado a Argentina, donde es acusado por la desaparición de 10 personas, el secuestro de un bebé y 32 casos de tortura en 1976.

Ampliar aquí: Cordero al horno

À Stéphane Cartier

Il parlait doucement, toujours...même quand il était furieux. L’ai-je vu furieux quelque fois?
Il marchait silencieux, aux yeux brillants et le visage pâle de fantôme. Il m’aimait (peut-être), je le sais, mais j’étais trop jeune pour en parler.
Il sentait bon, j’aimais son parfum, j’aimais lire les pages des livres parfumés de ses mains.
De lui je garde un livre donné comme cadeau et une carte postale. Je lui ai écrit deux fois et il ne m’as pas répondu...Il était mort.
On savait déjà qu’il le serait, on a longtemps discuté à ce propos...il était trop souffrant, trop sensible, trop aimant, trop irréel. Maintenant, je le sais il était malade, il souffrait la douleur d’exister. Moi, j’étais trop jeune pour le savoir.
Il aimait Beaudelaire car il était comme lui. Je ne me souviens plus de son poème préferé.
Si je ferme mes yeux je le vois encore en m’attendant au seuil de la porte, son foulard au cou, tout pâle, ses yeux brillants: "Bonjour, princesse!" On ne me dira plus princesse.
Il est mort…on vient de me le dire…il était mort de son propre choix.

Recogimiento


Sé sabia, Pena mía, y permanece en calma.
Reclamabas la Noche; ya desciende, hela aquí:
Envuelve a la ciudad una atmósfera oscura
A unos la paz trayendo y a los más la zozobra.
Mientras que la gran masa de los viles mortales,
Del Placer bajo el látigo, ese verdugo impávido,
Cosecha sinsabores en la fiesta servil,
Ofréceme tu mano, Pena mía, ven aquí


Lejos de ellos. Mira balancearse los años transcurridos
Con vestidos ridículos, sobre las balaustradas
Del cielo; la nostalgia burlona ya emerge de las aguas;


Descansa bajo un arco el moribundo sol
Y, tal enorme sudario rezagado, hacia Oriente,
Oye, querida, oye cómo avanza la Noche.
Charles Beaudelaire

jueves, enero 14, 2010

Haití, negros aplastados

Y resulta que ahora a la gente le importa lo que le pasa a estos negritos que viven en Haití...Y sí! Habrá que empezar el año haciendo de cuenta que REALMENTE nos importa que al pobre-negro-pobre se le caiga un edificio encima.
No importa si es analfabeto o no tiene médico o no tiene una vivienda digna o se muera de hambre.
Todos los días se muere un negro de hambre en Haití.
Todos los días se mueren cientos de negros de hambres en Haití.
Todos los días se mueren miles de negros de hambre en Haití. Todos los días se mueren miles de niños negros de hambre en Haití.
Todos los días se mueren millones de niños "negros de tan pobres" de hambre en el mundo.
Diariamente.
No tengo idea cómo es morirse de hambre. Sólo sé cómo es tener apetito: la panza reclama comida, hace ruidos, hasta duele...

Caminhos, Henrique Fialho



Ninguém sabe por que crescem troncos

no deserto, ninguém pode saber que sementes
resistem aos frutos, que frutos brotam da
terra seca e se fazem ao caminho como se
fossem gente, ninguém sabe por que mistérios
são perseguidos os troncos, quando, frente a
frente, ficam parados com o mar à escuta.

O mar escuta-nos os pés, fala-nos baixinho
com o tom da espuma, ele vai numa onda
mansa para dentro do seu próprio eco, nós
aguardamos na sombra, como um tronco no
deserto, frente a frente, com a semente que
resistiu ao fruto, encorajados pela luz que nos
cerca e faz a sombra onde o frio se abriga.

Eu vejo as coisas sucedendo entre os dedos
arrepiados, nenhuma palavra segue o meu
caminho, nenhuma palavra se deixa
escravizar pelo dizer, porque também eu sou
um tronco no deserto à espera que o mar
escute os anseios dos meus pés parados,
cansados, desprotegidos, embora nenhum
caminho já reste para quem adormeceu no
fundo do deserto.

Permitamos então que o sal lave os caminhos
parados, permitamos que a espuma faça
cócegas à fuga, que o frio se proteja na
sombra da nossa luz, permitamos isso e
muito mais, pois enquanto houver um mar a
escutar-nos nenhum caminho faltará,
enquanto existirem troncos no deserto as
semente cederão ao fruto.

miércoles, enero 13, 2010

Haiti

"Si dios existe, espero que tenga una buena excusa". W. Allen



martes, enero 12, 2010

Pereza

¡Mucho por hacer y tan poco tiempo! Mejor descanso un poco...

"Notas para o diário", Al Berto

Extraido de "Antologia do esquecimento". Ver todo: aquí.
...

deus tem que ser substituído rapidamente por poemas, sílabas sibilantes, lâmpadas acesas, corpos palpáveis, vivos e limpos.

a dor de todas as ruas vazias.

sinto-me capaz de caminhar na língua aguçada deste silêncio. e na sua simplicidade, na sua clareza, no seu abismo.

sinto-me capaz de acabar com esse vácuo, e de acabar comigo mesmo.

a dor de todas as ruas vazias.

mas gosto da noite e do riso das cinzas. gosto do deserto, e do acaso da vida. gosto dos enganos, da sorte e dos encontros inesperados.
pernoito quase sempre no lado sagrado do meu coração, ou onde o medo tem a precariedade doutro corpo.

a dor de todas as ruas vazias.

pois bem, mário ─ o paraíso sabe-se que chega a lisboa na fragata do alfeite. basta pôr uma lua nervosa no cimo do mastro, e mandar arrear o velame.
é isto que é preciso dizer: daqui ninguém sai sem cadastro.

a dor de todas as ruas vazias.

sujo os olhos com sangue. chove torrencialmente. o filme acabou. não nos conheceremos nunca.

a dor de todas as ruas vazias.

os poemas adormeceram no desassossego da idade. fulguram na perturbação de um tempo cada dia mais curto. e, por vezes, ouço-os no transe da noite. assolam-se as imagens, rasgam-me as metáforas insidiosas, porcas… e nada escrevo.
o regresso à escrita terminou. a vida toda fodida ─ e a alma esburacada por uma agonia tamanho deste mar.

a dor de todas as ruas vazias.

sábado, enero 09, 2010

viernes, enero 08, 2010

Un día...en mi día

Por alguna razón que desconozco, entre la encerada del piso y mi intención de trabajar en casa, se interpusieron casi diez horas de sueño …
Entre las 9 de la noche y las 6 de la mañana pasó algo…Recuerdo poco de eso.
Salí de trabajar a las 5 para llegar a la empresa que nos hace el ploteo antes que cerrara. Mi secretaria, compañera de todos los días, administradora, contadora, gestora y etc. etc. etc. está de licencia (nota: recordar no darle nunca más licencia a Laura). Como decidí que el verano y el mes no tendrían influencia sobre mi productividad, envié el archivo por correo electrónico (fantástico mundo de la tecnología), esto permitiría ahorrar el tiempo muerto de la eterna espera de 20 minutos a que imprimieran la gigantografía para llevarla a la cuadrería. Salí a las 5 y poco, me tomé un ómnibus, podía ir caminando pero demoraría más que ir de ómnibus…demoré un poco más: por alguna razón que aún desconozco (y no me interesa descubrir) 18 de julio estaba cerrada a la altura de la parada donde debía descender. Ley de Murphy (nota: descubrir quién es ese Murphy para enviarle un mensaje obsceno). El ómnibus desvía por la calle San José (puta carajo hubiera ido caminando!).
Llego a la bendita casa de ploteo y (¡oh qué extraño!) el correo electrónico que había enviado a las dos de la tarde no llegó (por supuesto que había llamado por teléfono antes de irme porque sabía que algo así pasaría pero el teléfono estaba extrañamente fuera de servicio…). “No nos llegó nada, tendrá que traernos el archivo”. “No puedo volver a la oficina ahora”, fue mi respuesta. (“¿Pero qué te pasa pendejo? son las 17:28 y cierran a las 18:00!” ) Entre la colosal puteada mental que le propiné y una sonrisa de “alguna solución encontraremos” pasaron casi 39 minutos (religiosamente verificados en el reloj del celular…porque nunca llevo reloj en el pulso…ni otro reloj).
A las 6:03 me entregan el ploteo, les pago, hasta me da el ánimo para desearle un “muy buen año”. Me voy con la lámina para la cuadrería y no sé por qué puta razón siempre me confundo de calle y pienso que la calle Yi es después de la calle Cuareim…pero eso solamente en mi característico despiste de vivir. Cuando camino dos cuadras me doy cuenta que estoy más cerca de mi casa que de la cuadreria… Bajo una cuadra hasta Mercedes (alguien me saludó y no le contesté) y vuelvo tres cuadras hasta Yi. Cuadrería abierta, lámina entregada. “¿A qué hora estará pronto?”, “Al mediodía”, “Perfecto, mañana, llamo antes de venir. Feliz año”…Estoy segura que no estará pronta al mediodía, pero dejó de ser mi problema.
Me voy a casa, pero antes comprar la tierra y maceta para la planta. Llego a casa, besos a mi gata, planto la planta (le rompo una hermosa hoja sin querer…¡puta carajo!). Tengo que salir a hacer compras, estoy segura que me olvidé de comprar lo que tenía que comprar, pero llego a casa con una botella de delicioso malbec. Entre el descorche de la botella y ahora, recuerdo muy poco lo que pasó…Mierda ¿me habré embriagado?
Recuerdo: 1) estar en el trabajo, salir más temprano para aprovechar el tiempo para trabajar en algunas imágenes en casa, 2) perder mucho tiempo entre el desvío de la calle 18 de julio y el desvío mental de los chicos de la casa de impresión, 3) llegar a casa, enmacetar la planta, descorchar el vino, transferirlo para el decanter, servirme una copa, comer algunos bonbones, 4) limpiar la cocina, 5) descolgar la ropa de la cuerda, 6) doblar la ropa que había entrado el día anterior y que aún “descansaba" en la silla que me traje del Congo, 7) verificar si las películas de Woody Allen estaban bajando bien, 8) barrer, 9) contestar mensajes que llegaron al teléfono móvil, 10) tomar la enceradora y desahogar todas las puteadas mentales en el piso, 11) dejar el piso tan brillante como un espejo…
Después de eso ya no recuerdo mucho. Recién me despierto, son las 6:27 de la mañana…debería estar despertándome en una hora...pero me dormí sin querer. Programo el despertador para las 8:00. Me siento a escribir. Me duele la panza. Escribo esto que voy a postear. Apago el celular (me despertaré cuando me despierte). Tendré que volver a dormirme. Amaneció, los pájaros de la vecina ya están despiertos. No hice la presentación que quería hacerla en casa porque en mi oficina no dispongo de los programas necesarios…pero ¡qué puta carajo, no me pagan por trabajar en casa!
Es todo, volveré a dormir.

martes, enero 05, 2010

De risas...


Woody Allen:
"Y mis padres por fin se dan cuenta de que he sido secuestrado y se ponen en acción inmediatamente: alquilan mi habitación."









Groucho Marx:
"Hijo mío, la felicidad está hecha de pequeñas cosas: Un pequeño yate, una pequeña mansión, una pequeña fortuna."









Jaume Perich:
"Que el caracol es comestible y la babosa no lo es, me lo creo. Y además admiro profundamente al tipo que fue capaz de descubrirlo por primera vez."

"Esta velha angústia", Fernando Pessoa



Esta velha angústia,
Esta angústia que trago há séculos em mim,
Transbordou da vasilha,
Em lágrimas, em grandes imaginações,
Em sonhos em estilo de pasadelo sem terror,
Em grandes emoções súbitas sem sentido nenhum.
Transbordou.

Mal sei como conduzir-me na vida
Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma!
Se ao menos endoidecesse deveras!
Mas não: é este estar entre,
Este quase,
Este poder ser que...,
Isto.

Um internado num manicómio é, ao menos, alguém,
Eu sou um internado num manicómio sem manicómio.
Estou doido a frio,
Estou lúcido e louco,
Estou alheio a tudo e igual a todos:
Estou dormindo desperto com sonhos que são loucura
Porque não são sonhos.

Estou assim...

Pobre velha casa da minha infância perdida!
Quem te diria que eu me desacolhesse tanto!
Que é do teu menino?
Está maluco.
Que é de quem dormia sossegado sob o teu tecto provinciano?
Está maluco.

Quem de quem fui?
Está maluco.
Hoje é quem eu sou.
Se ao menos eu tivesse uma religião qualquer!
Por exemplo, por aquele manipanso
Que havia em casa, lá nessa, trazido de África.
Era feíssimo, era grotesco,
Mas havia nele a divindade de tudo em que se crê.

Se eu pudesse crer num manipanso qualquer – Júpiter, Jeová, a Humanidade –
Qualquer serviria, Pois o que é tudo senão o que pensamos de tudo?

Estala, coração de vidro pintado!




Esta vieja angustia,
Esta angustia que traigo hace siglos en mí,
Rebasó la vasija, en lágrimas, en grandes imaginaciones,
En sueños al estilo de pesadilla sin terror,
En grandes emociones súbitas sin sentido alguno.

Rebasó.
¡Mal sé cómo conducirme por la vida
Con este malestar haciéndome dobleces en el alma!
¡Si al menos enloqueciese de veras!

Pero no: es este estar entre,
Este casi,
Este poder ser que...
Esto.

Un interno en un manicomio es, al menos, alguien,
Yo soy un interno en un manicomio sin manicomio.
Estoy loco en frío,
Estoy lúcido y loco,
Estoy ajeno a todo e igual a todos:
Estoy durmiendo despierto con sueños que son locura
Porque no son sueños.

Estoy así...

¡Pobre vieja casa de mi infancia perdida!
¡Quién te diría que yo me descobijara tanto!
¿Qué es de tu niño? Está loco.
¿Qué es de quien dormía tranquilo bajo tu techo provinciano?
Está loco.

¿Quién de quien fui? Está loco. Hoy es quien yo soy.
¡Si al menos tuviese una religión cualquiera!
Por ejemplo, por aquel fetiche
Que había en casa, allá en aquélla, traído de África.
Era feísimo, era grotesco,
Pero había en él la divinidad de todo en lo que se cree.

Si yo pudiese creer en un fetiche cualquiera —
Júpiter, Jehová, la Humanidad —
cualquiera serviría,
¿Ques qué es todo sino lo que pensamos de todo?

¡Estalla, corazón de cristal pintado!

Trad.: S.M

lunes, enero 04, 2010

Te doy mi palabra...

Hermosa:
(Del lat. formōsus).
1. adj. Dotado de hermosura.
2. adj. Grandioso, excelente y perfecto en su línea.
3. adj. Despejado, apacible y sereno. ¡Hermoso día!
4. adj. coloq. Dicho de un niño: Robusto, saludable.

Hermosura:
(De hermoso).
1. f. Belleza de las cosas que pueden ser percibidas por el oído o por la vista.
2. f. Lo agradable de algo que recrea por su amenidad u otra causa.
3. f. Proporción noble y perfecta de las partes con el todo; conjunto de cualidades que hacen a una cosa excelente en su línea.
4. f. Persona o cosa hermosa.


Belleza:
(De bello).
1. f. Propiedad de las cosas que hace amarlas, infundiendo en nosotros deleite espiritual. Esta propiedad existe en la naturaleza y en las obras literarias y artísticas.
2. f. Mujer notable por su hermosura.

Te doy mi frase: - 08:35 AM, el hombre de hermosa sonrisa y hermosos ojos me dice: - "¡Sos hermosa!" No contesto, dudo que su cumplido sea honesto...aunque es un hermoso cumplido.

domingo, enero 03, 2010

"Hablo contigo", Juan Carlos Mestre

Mi primer posteo del año...debería escribir algo que salieras de mis entrañas, parir letras, palabras, frases que develaran mi desasosiego de vivir...Pero me siento bien, acabo de llegar a casa, estuve con mi familia, hablé con mis amigos, con el hombre de hermosos ojos y encantadora sonrisa...No tengo dolor de existir. No siento desasosiego...
Entré al blog de ruadaspretas y encontré este pomea tan hermoso, en español y en portugués. Encantador idioma...

Hablo contigo, ignoro dónde estás, hacia qué luz busca mi Ser el eco en que te escucho.

No hay usura en tu voz, yo sé que un aire limpio te respira, que algo redentor, alguna claridad que arrastra el río lleva el pensamiento tuyo.

Hablo contigo, una intacta pasión vive en tu fósforo, una única luz que no se apaga mientras la muerte fluye, mientras la muerte sufre esta palabra.

Y hablo, hablo contigo alrededor de un hueco, alrededor de mí como el que gira mutuo, como aquel que dentro de nosotros es próximo y se acerca con su haz luminoso de pureza.

Hablo ante el destino que imagina el hombre, eso de desvalido, eso de delirante y turbio hablo contigo. Y es de noche, es de noche en los dos como metal oscuro, y vemos como largamente la verdad extiende su único hilo de saliva, un único alfabeto en el rumor de todos.

Hablo contigo, oh bondad compartida de quien es silencioso, sombra de esa sombra que aletea y es vuelo de semejante elocuencia, el que escribe, el que escucha, el que lámina a lámina va enhebrando en el eco una voz que responde, esa voz en mí mismo, la que nos alumbra y persuade desde más allá de la muerte.


Juan Carlos Mestre


Falo contigo, não sei onde estás, nem a que luz busca meu Ser o eco em que te escuto.

Não há usura na tua voz, sei que um ar limpo te respira, que algo de redentor, alguma claridade arrastada pelo rio leva o teu pensamento.

Falo contigo, uma intacta paixão vive em teu fósforo, uma só luz que não se apaga enquanto a morte flui, enquanto a morte sofre essa palavra.

E falo, falo contigo sobre um buraco, sobre mim ou esse que está próximo dentro de nós e se chega com seu rosto luminoso de pureza.

Falo perante o destino imaginado pelo homem, desamparado, delirante e turvo, falo contigo. E é de noite, noite nos dois como escuro metal, vendo a verdade estender longamente seu fio de saliva, um alfabeto único do rumor de todos.

Falo contigo, ó bondade partilhada de quem é silêncio, sombra dessa sombra que adeja, quem escreve, quem escuta, quem lâmina a lâmina vai desfibrando no eco uma voz que responde, essa voz dentro de mim, essa que nos ilumina e persuade do outro lado da morte.


(Trad. A.M.)


Extraído de http://ruadaspretas.blogspot.com/2010/01/juan-carlos-mestre-falo-contigo.html