jueves, agosto 12, 2010

Lluvia portuguesa

Ayer estuve con una portuguesa. De alguna manera la música y la literatura lusitanas crearon en mi ser un imaginario del portugués como un ser pensador, depresivamente sensible, amante de las noches regadas de vino y de la lluvia. 
Hoy llueve en Montevideo. Es una tarde portuguesa que invita al pensamiento, a la triste sensibilidad del sentirse a uno mismo.


Espaço curvo e finito 

Oculta consciência de não ser,

Ou de ser num estar que me transcende,

Numa rede de presenças e ausências,

Numa fuga para o ponto de partida:

Um perto que é tão longe, um longe aqui.

Uma ânsia de estar e de temer

A semente que de ser se surpreende,

As pedras que repetem as cadências

Da onda sempre nova e repetida

Que neste espaço curvo vem de ti. 
(José Saramago)

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